segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Esporte considerado marginal na década de 70 em Fortaleza, hoje, experimenta evolução e já goza de prestígio social.

Nossa aventura semanal enfocando o skate aconteceu às margens do Rio Ceará, no Cuca da Barra do Ceará. Para esse tributo ao lugar onde nasceu o Estado, foram convidados nomes de peso como o pernambucano Og de Sousa, Charles da Silva, presidente da Federação Cearense de Skate e primeiro skatista profissional do Ceará, e Anderson Resende, campeão cearense de skate amador do ano passado.

Mais emblemático dos esportes radicais, o skate surgiu da necessidade de os surfistas californianos da década de 1960 encontrarem uma atividade que os fizessem sentir a sensação de adrenalina durante a baixa temporada de ondas, semelhante à que estavam acostumados a experimentar com o surf.

Modelos primitivos

Os primeiros ´carrinhos´ foram construídos utilizando rodinhas de patins que então eram fixadas no fundo de pranchas de madeira. Daí era só descer a ladeira e trincar os dentes para que o coração não saísse pela boca nessa nova maneira de surfar, em "ondas de concreto e asfalto". De 1965, data em que foram produzidos em escala comercial os primeiros skates, até os dias atuais, esse esporte cresceu vertiginosamente. A sua indústria movimenta milhões de dólares e foi uma das mais prósperas das duas últimas décadas, em se tratando de esportes.

Lenda cearense

No Ceará o skate surgiu em meados da década de 1970. Nessa época, um nome que dominava a cena chamava-se Gato. Até hoje considerado por muitos uma lenda do skate cearense. Gato carregou durante anos insuportável carga de preconceitos e reprovação social que pesava sobre os ombros dos pioneiros desse esporte. Graças à coragem e dedicação de atletas como ele, hoje o Ceará desponta como promessa do skate, chegando a sediar eventos de caráter regional, nacional e até internacional, gozando de prestígio social nunca imaginado pelas iniciais gerações de praticantes.

Avanço

Para Charles da Silva, a profissionalização do esporte tem sido um dos aspectos primordiais para essa mudança de paradigma social. Segundo ele, "hoje, o skatista é visto apenas como um praticante de esporte e não como um marginal. Um skatista que opte por seguir carreira profissional, realmente voltada para a busca do alto rendimento, consegue ter uma qualidade de vida muito boa, um bom salário e o mais importante, o respeito e valorização social". Charles chama atenção para o status quase de pop star de nomes como Bob Burnquist e Sandro Dias e destaca a importância da imprensa no processo de valorização do skatista.

Desafio

"Atualmente, o maior desafio para a federação é fomentar o desenvolvimento de toda a rede que movimenta esse esporte, para que isso reflita diretamente nos atletas. Para que possam ter melhores condições para o desenvolvimento no esporte como patrocínios, premiações atrativas, competições de alto nível, maior visibilidade nas diversas mídias etc., inserindo nossos atletas nos parâmetros exigidos internacionalmente. Se tudo der certo, em poucos anos, estaremos festejando a entrada definitiva do Ceará na elite do skate brasileiro e mundial", declarou entusiasmado Charles da Silva.

Expansão

Hoje, o mercado do skate ocupa uma série de profissionais que giram em torno de um mesmo eixo. São atletas, promotores de eventos, dirigentes, produtoras de vídeos, montadoras, prestadores de serviço, fotógrafos, assessoria de imprensa, sites, blogs, revistas, etc. Isso sem falar na parte fabril, da confecçãos das roupas e dos próprios equipamentos. Em resumo, o skate é um mercado em franca expansão. Na temporada passada, por exemplo, foram pagas as maiores premiações de toda a história dos esportes radicais. Apenas em um evento na Califórnia foi distribuída entre os atletas a estonteante quantia de R$ 450.000,00. A maior premiação individual paga na história da modalidade foi dada ao vencedor da categoria vert, e foi nada menos que 100.000,00 dólares.

Sugestão

Por isso, pense duas vezes quando o seu filho ou filha olhar para você dizendo que quer ser skatista profissional. Pois, quem sabe, nesse momento pode estar nascendo não somente um astro do esporte, mas também um pai de um pop star. Já pensou?

Og de Sousa - nordestino bem arretado

Um grande exemplo da transformação que o skate pode operar na vida de uma pessoa é o pernambucano Og de Sousa.

Ele está morando em Fortaleza para poder manter o alto rendimento e entre um treino e outro nos concedeu entrevista. Atleta profissional há sete anos, ele não aceita rótulos e nunca se resignou por sua deficiência física. Conhecido e respeitado internacionalmente, Og encara a vida com profissionalismo e naturalidade e relata que se sente como qualquer outro skatista.

Início

Com 25 anos de skate, que para ele "é uma terapia de vida", Og de Sousa Corrêa afirmou que o esporte entrou na sua vida "a partir de uma propaganda de uma loja em Recife. Passava um cara andando de skate e eu achei aquilo supermaneiro. No começo tive que serrar uns patins, pegar uma madeira, cortar e fazer um modelo de shape. Daí, comecei a andar de skate, que era mais um meio de transporte, mas com o tempo se tornou profissão". E a partir daí, prosseguiu Og, veio a transformação. "Depois que comecei a andar de skate a minha vida mudou. O skate me deu a liberdade que a limitação física não permitia. Consegui tudo na base da fé e da força de vontade".

Mais dificuldades

Realista, Og comentou: "Na verdade, me machuco bem mais do que as outras pessoas, pois não uso tênis, já que ando com as mãos e a probabilidade de me machucar é bem maior. E isso é complicado de gerenciar, pois todo mês tem trabalho, algo pra fazer: uma viagem, uma apresentação, etc. Sinceramente o skate não mudou minha vida, me deu nova vida, já que antes do esporte a minha existência não tinha objetivo definido".

Amigo de Burnquist

O skate deu a Og a oportunidade de se tornar amigo de Bob Burnquist, um dos pop stars na modalidade. "O Bob é um grande amigo que acreditou em mim em um momento difícil e isso nunca vou esquecer. Hoje, estou entrando para o sétimo ano de contrato, com salário mensal, estrutura, equipamento e toda condição para que um atleta se desenvolva. E devo tudo isso a ele", confessou o pernambucano, que seguiu: "Não olho para Bob como um fã olha para um ídolo. Claro que ele é meu ídolo, mas olho como amigo, que me acolhe em sua casa sempre que estou nos EUA, é o meu patrão, agiliza trabalhos quando estou lá na Califórnia, etc".

Evolução do esporte

Para Og, que viaja o Brasil e o mundo percorrendo as melhores pistas, "o mercado de skate no Ceará atingiu elevado desenvolvimento. Por aí, a gente vê várias pistas em construção por iniciativa do poder público, eventos regionais, nacionais e internacionais. Eu já morei aqui por seis anos. Em Olinda não há pista de skate e por isso voltei. Aqui dá pra treinar todo dia, variando as pistas na cidade ´dá hora´, com um povo alegre".

Apoio

"Nenhum outro estado está tratando o skate com tanto cuidado como o Ceará"

Ferrúccio Feitosa - Secretário de Esportes do Governo do Estado

"O skate se mostra uma ferramenta poderosa, de combate às mazelas sociais"

Evaldo Lima - Secretário de Esportes de Fortaleza

Potência

O Brasil figura entre as potências do skate no cenário mundial e Bob Burnquist, Sandro Dias (Mineirinho)e Rodil de Araújo (Ferrugem) são famosos em nosso País e na Europa

Estrela

Mas o astro do skate é Tony Hawk, tido como responsável por alçar o skate ao status de espetáculo e que fez o primeiro 900 graus (salto com dois giros e meio sobre próprio eixo).

Filosofia

Skate não é apenas um esporte, é um estilo de vida, uma forma de encarar o mundo, de aprender a cair e levantar.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Os skates eram muito primitivos, nao possuiam nose nem tail, era apenas uma tábua e quatro rodinhas. Em 1965 foram fabricados os primeiros skates, juntamente com a organização dos primeiros campeonatos.
Photo Credit: © 2005 Bo Bridges
Bob Burnquist at the San Jose stop of the 2005 Dew Tour.
As modalidades da época eram downhill, barrel jumping, high jumping, slalom e freestyle. O esporte teve seu grande impulso com a invenção da roda de uretano, em 1971 pelo engenheiro químico norte americano Frank Nashworthy. Com maior aderência e mais silenciosas as novas rodas foram o empurrão que faltava para o skate decolar de vez. Surgiram os skateparks, áreas especificamente construídas para a prática do skate.
Com as pistas surgiu um circuito de campeonatos, que eram de duas modalidades: Bowl Riding e Freestyle. Com o passar dos tempos as pistas foram fechando, muitas delas devido a desenhos ruins e outras que não conseguiram resistir a especulação imobiliária. O skate ficaria undergroung por um bom tempo.
Nesta parada seriam desenvolvidas as duas modalidades que imperam até hoje: street e vertical. O street surgiu justamente devido à carência de locais para se praticgoogle.com.br/ar, foi quando os skatistas se voltaram para as ruas e começaram a aplicar as técnicas aprendidas nas pistas para criar novas manobras em guias, bancos e outros obstáculos urbanos. Ao mesmo tempo, com o racionamento de água nos EUA, muitas pessoas tiveram que esvaziar suas piscinas. Foi aí que os skatistas perceberam que essas piscinas vazias poderiam ser ótimas pistas. Surgia assim o "skate vertical".
Nos anos 80 o skate volta ao seu auge, com a inovação dos skates, e a utilizacao das pistas em "U" - os half pipes. Aparecem grandes nomes que contribuiram para o progresso da modalidade: Steve Caballero, Tony Alva, Tom Sims, entre outros.
Half pipe
Um dos revolucionários do esporte, principalmente na modalidade freestyle foi Rodney Mullen. Mullen desenvolveu várias manobras como flip, heelflip, hardflip, kickflip, casper, darkslide, rockslide, 50-50, body varial, nollieflip underflip, primo, reemo, varialflip, inward heelflip, 360 flip, fs flip, bs flip, varial heelflip, fs heelflip, bs heelflip, etc. Grande parte das manobras existentes atualmente são derivadas destas manobras. Rodney Mullen foi diversas vezes campeão mundial, chegando a ser considerado o melhor skatista do mundo na sua modalidade.
Com o desenvolvimento dessas duas modalidades, street e vert, os campeonatos passaram a ser realizados dentro de grandes estádios, com arenas especialmente construidas para estes mega eventos.
No Brasil, o primeiro campeonato de skate aconteceu no Clube Federal (RJ) no final de 74. Em outubro de 1975, foi realizado na Quinta da Boa Vista (RJ) o primeiro grande campeonato. Em dezembro do mesmo ano foi inaugurada, em Nova Iguaçu, a primeira pista de skate da América Latina. Outras tantas foram construídas. O Brasil passou a ser conhecido internacionalmente como o paraíso das pistas de concreto, e hoje é apontado como a segunda grande potência mundial do esporte com profissionas de ponta.
What can we say? Brazilians are good with their feet. This country consistently produces some of the best skateboarders (and soccer players) in the world. And no, there isn't some weird fetish thing going on here.
Atualmente o skate competitivo se divide basicamente em street e vertical com a grande maioria dos campeonatos sendo disputados nessas duas modalidades, mas ainda existem outras amplamente praticadas como Downhil Slide, Speed, Mini Rampa e Pool Riding.
O Circuito Brasileiro de Skate Profissional inaugurado em 1984 conta com provas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Brasilia, realizadas pela CBSK (Confederação Brasileira de Skate).
O Circuito Mundial é organizado pela WCS (World Cup of Skateboarding) que conta com um calendário com provas passando por países como Canadá, Inglaterra, Alemanha, Suíça, Estados Unidos e Brasil.
Nos anos 90, o esporte se consolidou e surgiu o maior skatista de todos os tempos, o norte-americano Tony Hawk. O atleta revolucionou o skate com seus aéreos e flips e trouxe definitivamente novos ares ao skate moderno. Suas manobras são até hoje espelho para os principais skatistas e seu nome já é tema de jogo de vídeo-game.

Tony Hawk
Como segunda potência mundial do skate, o Brasil conta com grandes nomes como Lincoln Ueda(SP), Cristiano Mateus (SP), Rodil de Araujo (PR), Carlos de Andrade (PR) e Rodrigo Teixeira (SP), para citar alguns. Sandro "Mineirinho" Dias e Bob Burnquist já colocaram seus nomes na história das pistas. O tetracampeão mundial Mineirinho é considerado o rei do 540, e foi o terceiro skatista do mundo a acertar a manobra 900º.

Sandro "Mineirinho" Dias e Bob Burnquist no X Games Brasil 2008
Bob Burnquist nasceu no Brasil, mas mudou-se aos 13 anos para os Estados Unidos buscando se profissionalizar no skate. O auge de sua carreira foi em 2000, quando conquistou o Münster Monster Mastership e o Circuito Mundial de Skate.
Com de 10 milhões de participantes no mundo (6.2 milhões só no E.U.A.), o skate entra em sua quarta onda de popularidade. É considerado esporte radical, dado seu aspecto criativo, cuja proficiência é verificada pelo grau de dificuldade dos movimentos executados.
O equipamento:
Shape ou Deck
Trucks ou Eixos
Rodas
Rolamentos
Parafusos
Lixa ou Griptape
X Games Brasil 2008
Sandro Dias avisou que não sairia do sambódromo do Anhembi (SP) sem executar o famoso 900º, manobra em que ele dá dois giros e meio no ar.

Sandro Dias owned the Vert ramp here in São Paulo. No, literally—the ramp we used actually belongs to him. As you can see, he clearly has the homefield advantage when it comes to working the transition.
O paulista apelidado de Mineirinho até conseguiu atingir seu objetivo, mas depois que o cronômetro da final já estava zerado. Terminou a decisão em quarto lugar e viu a medalha de ouro ficar com outro ídolo brasileiro do skate vertical, Bob Burnquist, que garantiu sua 15ª medalha em edições de X Games.
Durante a prova, Mineirinho, que chegou à final após liderar sua bateria nas semifinais, parecia zangado, sem dar um sorriso sequer para o público. Mais tarde, ele explicou que a aparente "braveza" não era nada mais do que concentração.
"Eu estava concentrado demais. Imagina, o dia estava maravilhoso, eu andei super bem nos treinamentos, 'felizão', e estava totalmente focado em conseguir o 900º", explicou o skatista de Sandro André. A manobra saiu menos de 10 segundos após o término da sessão (que durou 10 minutos e teve formato jam session). Na opinião de Sandro Dias, se a manobra tivesse ocorrido ainda durante a decisão ele teria obtido uma colocação melhor.
Mineirinho recebeu elogios até do campeão da prova, Bob Burnquist. "O fato de ele não ter ficado no pódio não significa que ele perdeu", defendeu o carioca radicado nos Estados Unidos. "O skate é assim, eu não espero que ele ganhe todos os eventos, e também não espero isso de mim. Mas ele está de parabéns pelo 900º. Não sei como ele consegue encontrar fôlego para fazer uma manobra dessa após toda uma competição".
Depois de ter criticado o formato das eliminatórias de sexta-feira e de reclamar por a rampa ser a mesma usada no início do ano durante o Rio Vert Jam (primeira etapa do Circuito Mundial), Burnquist não escondeu a satisfação de faturar mais um ouro para sua coleção. "Um título no Brasil é sempre bem-vindo. É ótimo poder trazer um evento como esse pra cá e ver um público tão acentuado. A energia do fã brasileiro não se vê em lugar nenhum do mundo".
Burnquist faz manobra com skate, em São Paulo, no último dia de X Games
A segunda colocação ficou com outro campeão mundial de skate vertical: o paulista Digo Menezes, que havia liderado as eliminatórias. Assumidamente influenciado por Lincoln Ueda, Digo viu seu maior ídolo ficar em terceiro lugar.
A maior surpresa do dia foi a quinta colocação do norte-americano Adam Taylor, de apenas 18 anos. O gringo ficou em segundo lugar na bateria semifinal (atrás apenas de Burnquist) e foi o melhor da repescagem, garantindo lugar na decisão e deixando outro estrangeiro, o veterano Neil Hendrix, de fora da final.
Brasileiros dominam final do skate street
A decisão do BMX street do X Games Brasil contou com apenas um brasileiro - Leandro Moreira - e teve um pódio totalmente gringo. Ao contrário da final do skate street que teve panorama totalmente inverso: nove atletas locais e apenas um estrangeiro, com os brasileiros garantindo as três medalhas.

Lucas Carvalho, o Xaparral, garantiu o ouro no skate street na última bateria da final
Lucas Carvalho, o Xaparral, garantiu o ouro no skate street na última bateria da final. Rodolfo Ramos, o Gugu, liderou a eliminatória e esteve à frente no placar por quase todo o período de disputa, mas foi ultrapassado na última bateria pelo Xaparral, que ficou com a medalha de ouro.
Xaparral, de apenas 20 anos, profissionalizou-se no ano passado, quando despontou no circuito como promessa do skate street. O título conquistado neste sábado foi o mais importante de sua ainda curta carreira.
E não foi apenas a medalha de ouro que ficou com um
willian sergio no jump festivalWillian Sérgio, vencedor da sessão final do skate street na 4ª edição do Jump Festival (Foto: Eduardo Braz)

A sessão final do skate street foi disputada por 10 skatistas, com o seguinte formato de competição: Jam Session, com cada atleta apresentando uma manobra por vez. Após 20 minutos de duração, a decisão revelou os seus melhores competidores e, logo atrás do campeão Willian Sérgio, terminaram Sérgio Santoro, em segundo, e Diego Fontes, em terceiro.
- O campeonato foi muito legal, o nível dos atletas estava alto, por isso, estou surpreso por ter ganhado. Fiz a volta que imaginava, fiquei bem satisfeito, mas mesmo assim não pensava que ia vencer. Estou muito feliz - disse Willian. globoesporte
Sandro Dias é um dos quatro protagonistas do filme Vida Sobre Rodas, que estreia no dia 26 de novembro em circuito nacional. Confira entrevista do skatista falando sobre a produção.
sandro dias boston 101058 131193 espn 950x632 Vida Sobre Rodas   Entrevista com Sandro Dias
Como foi o início da sua carreira?
Quase 22 anos se passaram desde o meu primeiro contato com o skate. Neste período, o esporte me deu títulos, amizades e alegrias que jamais poderia imaginar quando eu era uma criança e apenas brincava com Xan, um amigo de infância, no prédio onde moro até hoje, em Santo André. Na época, por volta de 1986, pegávamos o skate do irmão do Xan, colocávamos um pneu de carro em cima e enquanto um sentava dentro, o outro empurrava na descida da garagem no maior gás. Pouco depois, às vésperas do Natal, pedi um skate para o meu pai. Queria fazer a mesma coisa e andar sentado. Após alguns meses, participei do meu primeiro campeonato na categoria iniciante. A experiência adquirida em mais alguns campeonatos e a evolução técnica me deram condições de conquistar o primeiro título cedo. Em 1988, aos 13, fui campeão brasileiro de street iniciante. Em 1989, na Alemanha, disputei o meu primeiro campeonato internacional. Apesar de ainda ser amador no Brasil, competi como profissional e terminei em 31º. Para mim foi demais, pois acabei empatando com Mark Gator que era um grande nome do skate internacional.
Quais as dificuldades enfrentadas por um Brasileiro skatista no país e fora? Por quê?
No Brasil preconceito com certeza. As pessoas tachavam skatista como marginal e drogado. Tínhamos também dificuldade de encontrar material de boa qualidade e pista pra gente treinar. A gente dividia a calçada com os pedestres, era a única forma de praticarmos o skate. As pessoas não conseguiam compreender que a gente não tinha espaço. Fora do Brasil sofríamos muito preconceito pelo skate internacional não conhecer o skate brasileiro na época. E também porque a gente tinha muitas marcas internacionais copiadas no Brasil. Então quando a gente ia pra fora, os skatistas deixavam os brasileiros de lado, boicotavam mesmo.
skate vida sobre rodas 03 051010 Vida Sobre Rodas   Entrevista com Sandro DiasA pista da Ultra teve uma importância fundamental na história do Skate no país, ajudando na “popularização” do esporte? Você achava que ela teria toda essa visibilidade?
A Ultra foi uma pista que marcou uma época em que não tinha tantas pistas no Brasil de boa qualidade. Era uma das únicas pistas que tinham em São Paulo. Além disso, ela era de madeira, coberta, com segurança. Acho que ela foi tão importante que dali começou a surgir vários nomes tipo o Bob, Cris, Renatinho, Valtinho e um monte de outros. Os melhores campeonatos amadores da época de vertical eram na Ultra. Enfim, acho que ela revelou vários nomes do skate numa época em que quase não existia pista.
O que você achou da idéia de fazer um documentário sobre skate que tem como cenário o Brasil?
Achei demais, ainda mais vindo de gente que realmente conhece o skate, como o Daniel. Porque ele viveu essa época com a gente. Mesmo depois que ele parou de andar de skate ele continuou a manter contato com a galera do esporte. Quando ele contou sobre a idéia de fazer o filme eu aceitei na hora, eu sabia que ele era uma pessoa que conhecia a história, que não falaria bobeira, que não ia inventar nada, realmente ia passar o que tínhamos para falar e para mostrar. No filme a maior parte das imagens é de arquivos de amigos. Quem vê a gente nos dias de hoje não sabe o que a gente passou e o que o skate passou também.
Hoje você é ídolo do segundo esporte mais praticado no Brasil e que nos anos 80 era marginalizado, além de ser referência para essa nova geração de skatistas. Como encara isso? Achava que chegaria tão longe com o skate?
Nunca planejei chegar tão longe com o skate, andava para me divertir, não pensei em ser profissional. Teve uma época que eu parei, aí voltei andar de skate de novo, fiz faculdade, me formei, trabalhei por oito anos. Quando me formei já era profissional no skate e voltei a praticar nas pistas. Comecei sem nunca planejar nada, a gente começa brincando com o skate, como se fosse um brinquedo de criança. E você vai entrando cada vez mais no esporte, pegando gosto. Acho que foi bem isso que aconteceu na minha vida. Nunca planejei muita coisa. Comecei a planejar quando vi que tinha chance de ganhar um campeonato, aí eu comecei a planejar mais a minha vida profissional. Mas eu fico feliz que eu tenha conseguido ajudar a construir a história do skate. Acho que eu consigo dar um bom exemplo, como ser um bom atleta, como ser um bom profissional. Sem usar drogas, sem bebida alcoólica. Então eu acho que eu sou um bom espelho pra molecada de hoje.
Quem eram seus ídolos?
Hosoi e Steve Caballero.
Como foi dar os depoimentos e reviver uma parte considerável de sua história? Algum fato curioso?
Teve vários fatos curiosos. Quem assistir ao filme verá. Acho que quem viveu aquela época que o filme mostra vai se divertir muito. Tem hora que eu falava durante as filmagens e chegava a me emocionar. A minha vida como skatista foi muito legal desde o começo não tem nada do que reclamar. Foram 98%, 99% de alegria. Esse 1% são coisas que todo emprego, todo profissional sofre. Foi muito emocionante, reviver, lembrar.
Como está a sua carreira atualmente? E os planos para o futuro?
Sempre tentando evoluir a cada dia e continuar sendo o que eu sou sempre, trabalhador e fazer as coisas acontecerem. Elas não caem do céu (risos). Este ano quero me divertir e andar muito de skate. Estou animado também com a evolução e o crescimento do dia D e do Campeonato Sandro Dias de Skate Vertical Amador. Vou concentrar forças para que a molecada tenha mais espaço no Brasil.
(fonte:ESPN)

Cartaz – Vida Sobre Rodas – 26 de novembro nos cinemas!

Cartaz Vida Sobre Rodas Bob Burniquist Cristiano Mateus Lincoln Ueda e Sandro Dias 950x1395 Cartaz   Vida Sobre Rodas   26 de novembro nos cinemas!

PLG vence Maloof Money Cup 2010, Bob fica em 2° e Sandro acerta 900 na Mini-Mega

Bob Burniquist PLG vence Maloof Money Cup 2010, Bob fica em 2° e Sandro acerta 900 na Mini Mega
Em grande fase, Pierre-Luc Gagnon ganhou mais uma importante competição de Vertical, o Maloof Money Cup. Para merecer a “Copa” e os 75 mil dólares de prêmio, ele teve que bater Bob Burnquist, Andy Macdonald, Sandro Dias, Bucky Lasek, Pedrinho Barros em fases, disputadas na Mini-Megarrampa e no complexo halfpipe do evento, que exigia multiplas habilidades. Tecnicamente, a rampa foi muito bem aproveitada pelos skatistas, principalmente por PLG.
Na Mini-Mega, Sandro Dias acertou o 900, o primeiro da rampa. A altura das rotações foi impressionante e perfeita. Mas Sandro terminou na quinta colocação. No halfpipe, sua especialidade, de cinco apresentações só concluiu uma sem erro.
Sentindo que a disputa estava difícil, Pedrinho Barros começou a tentar o 900 no halfpipe, pra arriscar melhorar a pontuação. Por pouco ele não acertou, e depois da competição ainda fez algumas tentativas.
Bob não conseguiu abrir vantagem de pontuação suficiente na Mini-Mega, para PLG, e quando chegou no halfpipe o canadense não deu chances, mesmo o brasileiro acertando as milagrosas manobras “consertadas”. Na pontuação geral, Pierre venceu com 3 pontos de vantagem sobre Bob.
Os profissionais brasileiros Marcelo Bastos, Ronaldo Gomes e Edgard Vovô não avançaram para a final. No amador, o skatista do Brasil melhor colocado foi Murilo Peres, em oitavo. Ítalo Penarrubia ficou em 11° e Carlos Niggli em 12°. O campeão do Vertical Amador foi Mitchie Brusco.  amantesdoesporte

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Andar de skate é bater palmas para alguém que acabou de aprender uma manobra nova, é dar a mão para um amigo que caiu e incentivá-lo a tentar de novo sujeira, viajar, conhecer lugares novos, pessoas diferentes, aprender a lidar com a diversidade.
  1. É a emoção de aprender uma manobra nova, é a primeira vez que acerta um olie é quando consegue dar o primeiro ollie.vejo aquela lixa gasta , lembro das vezes que fugi sem direção e depois percebi que mais q eu tente fuguir esse e meu mundo , esse e meu esporte ,meu transporte , meu consolo ,por mais que velho e acabado esse e "meu skate" insubistituivél , que por mais que quebre por mais q desgaste ali nessas markas verei tudo q passei , e sentir orgulho daquilo q faço!
    karaca a emoção de aprender uma manobra nova é indescritivel,a primeira vez q eu acertei o olie foi locura....sem fala q eu esqueço do mundo quando ando de skate e tudo parece ser + leve de um jeito muito louco.tambem mando um sauve a todos os skatistas....
    "skate é vida
    Skate é isso e muito mais, skate é um estilo de vida e eu escolhi esse estilo pra mim, ando de skate a 11 meses e prentendo continua e fazer uma carreira tentar, tentar e tentar mais não para porque nada é impossivel, basta sonhar pra acreditar, alem de aqui em marabá onde moro não ter uma pista decente vou continua e lutar pelos nossos direitos de poder andar é isso ai galeraa
    fica com Deus é nois SKATE FOREVER ♥

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

 galera aiii  na pista onde aconteçeu o evento
Galera aii que marcou presença no camp: de marabá aii muita adrenalina  correu

hugo (Xaparral) Suave Bikes

REBEL DIRT – PA











REBELPA
hugo foi o campeão na amador. Foto: Divulgação:
Rolou no final de semana passado o evento de dirt Rebel Dirt em Goianésia no estado do Pará.

REBELPA2 
Will levou a segunda colocação no Amador. Foto: Divulgação 
A colocação do iniciante ficou na seguinte ordem:
REBELPA3
1- Fernando (caninana) de Tailândia, variando varias manobras como 360, 360 loock back de suíte e tail whip.
2- Emerson(jabá) de Tailândia.
3- Rato de marabá.
A colocação do amador ficou na seguinte ordem:
REBELPA4
1- Hugo(xaparral)(piloto da suavebikes) de Goianesia, variando manobras como tail whip, 360 no hand, 360 table top.
2- Wilson (Will) (piloto da suavebikes) de marabá.
3- nequim(negex) marabá.

Fonte: clickbmx

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